estava por aqui a visitar o blogobairro e outros vizinhos depois de uns dias de ausência quando a noticia chegou com o toque do telemóvel: o Tio MJ morreu
hospitalizado há semanas, uma perna amputada há 3 anos, diabético há uma série deles, etc, etc
estava bastante mal nos últimos tempos
o pensamento que sempre me ocorre: acabou o sofrimento!
dele, da Tia, da J. e do F.
este viver sem ser Vida
este respirar automático de consciência baralhada,
a existência à espera de que algo se esgote finalmente, por si só,
a espera de que algo falhe e o conjunto se renda
não servem para nada nem a ninguém
Eu quero o meu tio vivo na minha vida e memória
aquele senhor distinto, calmo e amigo
no seu cadeirão de orelhas à lareira na salinha rindo enquanto "baptizava" o B. pelo Santareno, o T. pelo Américo
e quando, finalmente, nasceu o F., o seu segundo, eu lhe disse:
- agora Tio, é o Sá Carneiro!!! e nos rimos (socialista ferrenho)
aos dois primeiros funerais da família não fui por não ter idade
aos dois segundos, por estar longe e não conseguir chegar a tempo
fui a um, amanhã tenho o segundo
vou despedir-me
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