28 fevereiro 2007

mais naif(vices)

eu sei que por mais que diga que já nada me espanta, é apenas uma forma de falar continuo a ficar parva com certas "coisas". esta vez foi saber que se se pretende contratar um desempregado de longa duração através de um centro de emprego, a quantidade de papelada a preencher é tanta que se perde a vontade! há um formulário próprio, claro, p'raí de uma 10 páginas, que se tem que entregar; pode-se não conseguir fazê-lo sózinho, pelo que ainda se terá que "entrar" com € para o realizar (no caso que conheço, o contabilista levou 250 € + IVA para o fazer); há que juntar uma memória descritiva, balancetes, um estudo de viabilidade económica, dados sobre o retorno de capitais, e ainda dados sobre o futuro da empresa, investimentos, etc, etc; depois é-se inspeccionado de surpresa, não vá a empresa ser fantasma e se estar a preencher toda a papelada só pelo gozo e se acabar a dar aos funcionários do centro de emprego um trabalhão para nada; e ainda vais ter que comprometer-te a fazer um contrato de 4 anos mínimo, com 15 dias à experiência, e por tempo indeterminado, ou seja, o empregado fica logo efectivo! Claro que se compreende que estes srs. querem velar pelos desempregados que engrossam as suas listas, longas, sabemos disso; querem assegurar-lhes o melhor emprego possível, numa empresa digna, viável, que não seja num vão de escada qualquer, nem vá fechar logo daqui a 1 mês para se mudar para um qualquer país do leste; mas não sería melhor agilizar estes processos e pôr efectivamente as pessoas a trabalhar nem que fosse por um ano e que os contratos se fossem renovando (ou não!) ? não seria melhor trabalhar algum tempo que assegurar 4 anos?! não sería melhor poder provar o seu valor durante um tempo numa empresa que assustar com estes prazos?! não sabemos todos nós que 4 anos, apesar de voarem, ninguém pode assegurar que dura numa empresa?! não diz a sabedoria popular que mais vale 1 pássaro na mão que 2 a voar?! não percebo, a sério que não, somos mais papistas que o pápa Nota - neste caso em concreto, 3 semanas depois ainda não havia uma lista de pessoas candidatas ao perfil pretendido (mais de 45 anos, podia ter alguma deficiência...); e isto no Alentejo - onde não há desemprego nenhum, já sabemos! resposta da encarregada: - sabe que temos 90 dias para lhe responder!!!

27 fevereiro 2007

não está nada de especial, mas eu gosto.
estava um dia lindo e foi bom
por isso, a sensação quando a revejo é boa;
hoje, outro dia glorioso de sol
e eu feliz!

15 fevereiro 2007

Ontem celebrou-se o Dia de São Valentim, ou Dia dos Namorados e, pela terceira vez consecutiva, também o Dia Europeu da Disfunção Eréctil, há que pensar no futuro e prevenir...

14 fevereiro 2007

bicas

- um café sem a primeira pressão, por favor. ... e o meu queixo cai de espanto, mais uma nova forma de beber café nesta terra! Dizem-me os apreciadores de café, que faz toda a diferença, que é uma espécie de um carioca muito bom! um café mais fraco mas sem ser feito do resto dos cafés dos outros (e há quem faça assim?! iac!) E assim temos: a bica "normal", sem condições e a bica curta e a bica cheia, em chávena fria ou, pelo contrário, em chávena escaldada; ele há o abatanado ou o pingado - que também pode ser com leite frio ou com leite quente - e há o carioca e a bica sem a 1ª pressão. Também há quem goste de pedir um copo de água e ser o próprio a acrecentar a água à sua bica... e depois temos as 1001 maneiras de cozinhar bacalhau! (Em Espanha sei que há quem peça o café e um copo com gelo para depois despejar o café no copo e assim o refrescar)

13 fevereiro 2007

Daniel Radcliffe tramado com papel de Harry Potter "colado" à pele e paizinhos decepcionados que já não querem que os seus filhos vejam os filmes do jovem feiticeiro... tanta gente com os neurónios confusos!

12 fevereiro 2007

De Marc Forster (dos tão diferentes e excelentes Monster Ball e Finding Neverland) com um óptimo Will Ferrell, uma supresa muito agradável

08 fevereiro 2007

Lenços dos Namorados

Tradicionais do Minho, remonta ao séc. XVII, o costume de bordar o lenço que depois oferecería ao seu "conversado". Se este o usava perante todos era sinal de que o namora se confirmava
"Histórias de amores e desamores perpetuados pela arte de bordar" é o título da exposição na loja "A Arte da Terra" mesmo ao lado da Sé, num edifício do séc. XVIII, até 28 de Fev. de 3ª a Dom. das 11 às 20h
Actualmente os Lenços dos Namorados estão na moda, há um serviço de jantar, chá e café com as coloridas mensagens de amor destes lenços e o Nuno Gama inspirou-se neles para uma das suas colecções masculinas.

06 fevereiro 2007

... e mais argumentação idiota e pior, na boca de crianças...ai...

(clicar no texto para aumentar o tamanho) Crónica do Ricardo Araújo Pereira na VISÃO gente com argumentos parvos que recebe na mesma moeda

02 fevereiro 2007

Mãe Coragem

Muitas mulheres senegalesas não se podem aproximar do mar. Acreditam ouvir as vozes dos seus filhos mortos, que lhes suplicam que os tirem da água. Yaye Bayem era uma delas. Até que um dia decidiu secar as lágrimas e convocou várias vizinhas da vila piscatória de Thiaroye a 20 km a Sul de Dakar. Desde então, cada tarde, dezenas de mães e viúvas de emigrantes afogados quando tentavam chegar às Canárias, reunem-se na praça para rezar. Mas Yaye Bayem fez mais: convenceu as vizinhas a trabalhar. "Disse-lhes que não podiamos só chorar, porque dessa forma apenas conseguiriamos ficar ainda mais pobres". Foi assim como esta mulher de 48 anos fundou a associação Mães e Viúvas dos Cayucos que já agrupa 550 familias de Thiaroye. Bayem está em Espanha a convite da fundação Comissão Espanhola de Ajuda aos Refugiados e durante um mês manterá entrevistas com numerosas autoridades e empresários. O seu objectivo é obter ajudas para implementar o sistema de microcrédito que a sua organização pôs em marcha para ajudar a acabar com a emigração clandestina que na sua opinião "põe em perigo a construção do Senegal". A 25 de Março do ano passado, afundou-se perto das Canárias um cayuco em que viajavam 80 habitantes de Thiaroye. Algumas familias desta vila perderam até 4 membros naquele naufrágio. Entre as vítimas encontrava-se também Alioune Mar, o filho único de Bayem. A tragédia não só trouxe dor como pobreza a Thiaroye porque se tinham endividado até às orelhas para reunir os 700 euros que custava cada lugar na embarcação. Além do que a sua fonte de rendimentos desapareceu com os seus parentes. Foi o caso de Bayem porque o filho era o único a trazer dinheiro para a sua casa em que vivem umas 50 pessoas. "Alioune pescava. As mulheres da familia vendiamos o peixe e depois repartiamos o dinheiro. No entanto desde há 10 anos que o peixe escasseia cada vez mais e é muito dificil renovar o material porque não há dinheiro." De aí a necessidade de os jovens emigrarem. "Muitos filhos senegaleses entregaram as suas vidas ao tentar dar de comer à sua familia. Agora somos nós, as mulhers, que devemos trabalhar" afirma Bayem. E acrescenta "As mulheres sabemos organizar-nos. Os homens senegaleses são incapazes de o fazer, e além disso nem lhes interessa". Bayem organizou as mulheres da sua casa para que cada uma contribuisse com mil francos CFA (pouco mais de 1 euro) por mês. Com esse dinheiro puderam comprar peixe aos pescadores de outros clãs, transformá-lo em farinha e vendê-la. A ideia teve êxito e no pátio de Bayem reunem-se agora numerosas vizinhas que se ajudam, consolam, recebem ajuda psicológica e trabalham para fazer triunfar as suas pequenas empresas. Fazem sumos de frutas ou pão, tingem tecidos para vender aos turistas. Parte do dinheiro que obtêm empregam-no em microcréditos que, por sua vez, alimentam novos negócios. Aqui o artigo no El País