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24 outubro 2011

Acordo Ortográfico



Hoje o D. em Língua Portuguesa tinha uma teste/ficha sobre o Acordo Ortográfico. Estudou por umas fotocópias que a Prof. lhes deu de um "livro resumo" para saber como desaprender o aprendido desde há 6 anos. 
Fui incapaz de lhe fazer perguntas e o ajudar! Foi o Pai, eu NÃO quero nem saber das mudanças, faz-me cá uma comichão ver certos termos assim escritos... 
Já sei da minissaia e do cor-de-rosa mas do cor de laranja, do verão e da quinta-feira, e obviamente da ação e do fato e do espetador de teatro, mas mais do que isto não quero saber!
Volto a fazer minhas as palavras do Miguel Esteves Cardoso:
«Os portugueses no fundo assinaram um Pacto ortográfico que sabe a pato. Ninguém imagina os espanhóis, os Franceses, ou os Ingleses a lançarem-se em acordos tortográficos, a torto e a direito, como os Portugueses. Cada país – Seja Timor, seja o Brasil, seja Portugal – tem o direito e o dever de deixar desenvolver um idioma próprio, Portugal já tem uma língua e uma ortografia próprias. Há já bastante tempo. O Brasil, por sua vez, tem conseguido criar um idioma de base portuguesa que é riquíssimo e que se acrescenta ao nosso. Os países africanos que foram colónias nossas avançam pelo mesmo caminho. Tentar «uniformizar» a ortografia, em culturas tão diversas, por decretos aleatórios que ousam passar por cima de misteriosos mecanismos da língua, traduz um insuportável colonialismo às avessas, um imperialismo envergonhado e bajulador que não dignifica nenhuma das várias pátrias envolvidas. É uma subtracção totalitária.

A ortografia brasileira tem a sua razão de ser, e a sua identidade. Quando lemos um livro brasileiro, desde um «Pato Donald» ao Guimarães Rosa, essas variações são perfeitamente compreensíveis. Até achamos graça. Como os Brasileiros acham graça à nossa. Tentar «uniformizar» artificialmente a ortografia, para além das bases mínimas da Convenção de 1945, é da mesma ordem da estupidez que pretender que todos os que falam português falem com a pronúncia de Celorico ou de Salvador da Bahia. é ridículo, é anticultural, é humilhante para todos nós. Se não tivessem já gozado, era caso para mandá-los gozar com o Camões.
Imaginem-se os biliões de cruzeiros, escudos, meticais, patacas e outras moedas que vai custar a revisão ortográfica de todos os livros já existentes. Imagine-se o distanciamento escusado que se vai causar junto das gerações futuras, quando tentarem ler escorreitamente os livros do nosso tempo. Sobretudo, imagine-se a desautorização e a relativização que o acordo implica. Amanhã, uma criança há-de escrever esperanssa e quando for chamada a atenção, dirá «tanto faz, que estão sempre a mudar, e qualquer dia desaparecem as cês cedilhados». Ou responderá, muito simplesmente: «Pai, mas é assim que se escreve em Cabo Verde
“A língua portuguesa nasceu do latim – toda a gente sabe. Um dia, a língua brasileira, e a língua são-tomense, e a língua angolana serão também línguas novas e fresquinhas que nasceram da língua portuguesa. Ninguém há-de respeitar menos a língua por causa disso. (Nós também não desrespeitamos o latim.) As línguas são indissociáveis das culturas e das histórias nacionais, e elas são diferentes em todos os países que hoje falam português à maneira deles. A maneira é a maneira deles, e a nossa é a nossa. A única diferença é que Portugal já há muito que achou a sua própria maneira, tanto mais que a pôde ensinar a outros povos, e é um ultraje e um desrespeito pretender que passemos a escrever como os Moçambicanos ou como os brasileiros. Eles são países novinhos. Nós somos velhinhos, e não faz sentido ensinar os velhinhos a dizer gugudadá, só para que possam «falar a mesma língua» que as criancinhas.»

e tenho a sorte de não ter nem corrector ortográfico novo no pc do trabalho, e de ter chefes espanhóis longe que se estão borrifando para como eu escrevo

15 fevereiro 2008

mania de nivelar a fasquía por baixo!

«...todo o dia acessava seu blog na esperança de ...» parte de comentário lido no blog ali do lado - Blindness. faz-me espécie, comichão mesmo, que querem que vos diga não sei como anda o acordo ortográfico... o D. há bem pouco disse que a professora Susana informou que agora os dicionários íam todos mudar pois muitas palavras tinham mudado/íam mudar, perdiam-se os H mudos, etc. (ainda me lembro há 2 anos daqueles outdoors enormes nas estradas de São Paulo a fazer publicidade ao ar condiconado, ou coisa que o valha, e a terem escrito "Umidade" - ó pra mim a coçar-me) Eu confirmo e afirmo que já me sinto esclerosada demais para aprender agora uma ortografia diferente. Esclerosada na teimosia, NÃO ME APETECE MUDAR. Para mim não faz sentido, quero lá saber se os brasileiros têm um português mais vivo ou mais dinâmico pois absorvem, aportuguesam , adoptam ou o raio que for das expressões e terminologia inglesa, japonesa ou índia, tou-me rentando!!! (e eu sou um exemplo do escrever correcto LOLOL) mas estou-me marimbando mesmo, nas completas e totais tintas para os meninos portugueses que não têm professores e pais de jeito que os ensinem a escrever correctamente, como todas as gerações anteriores o fizeram, e por pura preguiça não aprendam as palavras e fiquem a saber automáticamente quais têm H ou não, ou quais são com O e não U e por aí fora nas dificuldades que enfrentam, tadinhos eles, ó prá pena que eu tenho deles (tu D. meu filho tás feito : ) não sei se te deixo ser da tua geração neste tema... ou vão gozar-te por escreveres à Camões e não me perdoarás...tens sempre a desculpa de que a tua era uma mãe quase avó...) bom fds e até 5ª