03 maio 2007

Em Espanha era tradição oferecer o primeiro relógio pela festa da 1ª Comunhão. As meninas recebiam um relógio de caixa dourada, redonda e pequenina, com o fundo branco e riscas douradas em vez da numeração, bracelete fininha em cabedal liso, branca também. Aos 7 anos tudo isto me aconteceu. Dois ou três anos depois foi a vez da L. e do P. e ele recebeu um maior, redondo, de fundo azul escuro, com aquele aro externo numerado e que roda e com bracelete de plástico. Adorei! Invejei! Não descansei enquanto não tive um do género E depois tive um rectângular menos sport Depois apareceram os electrónicos em que os números íam surgindo no ecrã e íam mudando Tive um, pequeno e extrafino E estive nos States e comprei o meu primeiro de bracelete metálica mas preta. E depois tive ... e depois gostei ... e depois comprei ... As montras que mais gostava eram as das ourivesarias, a parte dedicada aos relógios, namorava-as sempre Nos anos 80 apareceram os swatch e os relógios tornaram-se mais um acessório; fácil ter muitos, pois barato, um de cada côr, a condizer com tudo o que apetecia Hoje ninguém tem apenas um relógio e todos são fans desta peça Desde os 16 / 17 anos que sonhava com UM relógio Tenho-me apaixonado por muitos outros, tenho tido a sorte de os poder ter, tenho adorado usa-los Aos 18 recebí dos pais uma "prenda boa" e foi um relógio, claro! Um bom sucedâneo do meu ideal Mas agora... agora o H. ofereceu-me O relógio, o MEU relógio: rectângular, caixa em aço, numeração romana, ponteiros de um azul profundo... e estou para lá de feliz : ) : ) : ) : ) (... e amanhã vou à faca ...)